quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Razão e Ética - para um debate possível


Do post anterior, eu vou começar a tratar do item I - a falta de racionalidade nas pessoas.

Tinha dúvidas sobre como deveria iniciar a abordagem desse assunto. Pensei em fazer uma longa explicação histórica, mas creio que, por enquanto, é mais didático explicitar do que exatamente estou falando.

O termo "razão" é riquíssimo em significados, mas o que me refiro aqui é o

Faculdade que tem o ser humano de avaliar, julgar, ponderar idéias universais; raciocínio, juízo.

Faculdade que tem o homem de estabelecer relações lógicas, de conhecer, de compreender, de raciocinar; raciocínio, inteligência.

Em princípio, é uma definição bastante simples, são termos simples como "julgar", "ponderar", "avaliar". Entretanto, estes termos trazem uma idéia que muitas pessoas não costumam se dar conta: para julgar, avaliar, ponderar, o indivíduo precisa de parâmetros. E de onde vêm esses parâmetros de julgamento? Não há escapatória, da ética individual.

Ética pode ser definida como:

Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

E esse ponto é delicadíssimo: o que é bem e mal? Não há uma resposta objetiva para isso, e aí reside a origem de TODAS as discordâncias e dissonâncias no entendimento.

Juízo de bem e mal são fornecidos, normalmente, pelas religiões, mas, modernamente, outras instituições têm fornecido estes parâmetros: indivíduos tem tomado o que é bem ou mal de acordo com o que for bom para a família, para a ideologia que se siga e até para si mesmo. A ética tem se deformado, relativizado, pluralizado, bem como os parâmetros para julgamento dos indivíduos e a aplicação da razão por eles.

Quando eu cheguei a esta conclusão, eu me dei conta de que, na verdade, todas as pessoas são racionais, de acordo com a definição, ou seja, elas se valem de certas atitudes para atingir um fim. Contudo, o que a maioria não tem, não se dá conta, são os valores, os parâmetros que elas usam para fazer este julgamento.

Resumindo: para que um debate seja produtivo, para que se possa chegar a um denominador comum, além do respeito recíproco e a vontade de aprender com o próximo, é necessário conhecer minimamente os valores da pessoa com quem você dialoga, debate. Pois, do contrário, cada uma das pessoas se valerá de argumentos que justificarão sua posição, entretanto, como os fins são diferentes (os fins pelos quais se defende determinado ponto de vista), cada um estará falando consigo mesmo e seus argumentos não serão aproveitáveis pela outra parte.

Tratarei mais do Valor e da Ética adiante.

Inté

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